sexta-feira, 14 de abril de 2017

SOBRE O ATO EM PROL DO HOSPITAL DA POSSE

Por Joana Costa de Oliveira 

Não sei se rio ou choro. Bom ver tantas pessoas na manifestação pelo hospital da Posse. Até o bispo compareceu. Que lindo! Só que não! Será que só eu lembro de algumas coisas? 
Em 2006 o então candidato a prefeito, Lindbergh Farias fazia discurso inflamado dizendo que “acabaria com a máfia do Hospital da Posse”. Colocou um militar como diretor, fez reforma, conseguiu aumentar o repasse de R$ 6 milhões para R$ 9 milhões. Desviou tanto que virou alvo do Ministério Público e responde processo até hoje. 
Ah, quase esqueço: fechou a maternidade Mariana Bulhões que tinha sido inaugurada por Mario Marques. A planilha de custo do hospital na época virou peça de inquérito no Ministério Público. O dinheiro simplesmente sumia da conta. Isso tudo eu li na internet. Gosto de acompanhar. 
Pois bem. Nelson Bornier passou a primeira semana do seu mandato na Posse. Fez reforma, melhorou o setor de emergência. O mesmo Bornier tinha municipalizado o hospital na década de 90 quando foi prefeito a primeira vez. Bornier também reabriu a Marina Bulhões, aumentou o número de leitos, inclusive. O então secretário de Saúde, Luizinho (hoje secretário de Estado de Saúde) também montou acampamento na Posse. Mudou direção até de programas que davam certo. Foi várias vezes à Brasília, pediu mais repasse. Conseguiu algumas migalhas. O hospital funcionou razoavelmente por quatro anos. A ortopedia melhorou. Quebrei o fêmur e fui muito bem atendida por lá. Dois meses para operar e andei de novo. 
Não me lembro de ver o bispo falando nada a respeito. Nem me lembro de manifestação de vereadores apoiando Luizinho em Brasília. Chegamos na campanha. Rogerio Lisboa, que foi secretário de Obras de Lindbergh, traz a varinha mágica “do jeito de fazer bem feito”. Hospital da Posse mais uma vez no discurso. “Vou melhorar. É problema de gestão”. Três meses no cargo e o rapaz não tem como manter o hospital e pede ajuda da sociedade civil e até da igreja. Rogerio foi deputado estadual e federal, se não me engano. Quantas emendas para o hospital da Posse? Quanto de verba? Quantas visitas para saber do funcionamento? Quantas vezes se reuniu com o então secretário de Saúde quando este buscava ajuda? 
As respostas são: nenhuma, nada, nenhuma e nenhuma de novo. Ah, Rogerio é iguaçuano, sempre morou na cidade. Onde será que ele passou os últimos 4 anos, enquanto Bornier era prefeito? É preciso aumentar a verba do hospital. Acredito que sim. Mas muito mais do que isso é preciso vergonha na cara! Gestão, comprometimento. 
Considero o bispo uma gracinha. Amo suas pregações. Mas ele devia ter cuidado ao se unir a esse tipo de gente. É preciso que o senhor Rogerio Lisboa libere a planilha do hospital, mostre os gastos, a folha de pagamento, o número de funcionários que ele já nomeou para unidade. 
Quem sabe então eu decida se vou rir ou chorar. Joana Costa de Oliveira é professora na UFRRJ Postado por carlos gilberto triel Triel às 16:32

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